quinta-feira, agosto 31, 2006

Quinta-feira, 20h57... no trabalho

Working Girls
(por Nina Lemos)

Nos anos 40, 50, nem toda garota trabalhava. Na verdade, só uma pequena minoria fazia isso. Nos filmes americanos, elas eram secretárias. E chamadas de working girls por serem muuuuito modernas para a época. Mas elas tinham dificuldades em arrumar maridos. Sei lá se elas queriam isso, mas nos livros e nos filmes é isso o que parece! Isso foi pelos idos dos anos 40/50.

Agora estamos em 2006. E aqui estamos. Nossas mães acham que temos dificuldades para arrumar maridos (não entendem que realmente não queremos). Mas uma working girl do século 21....

* Trabalha no dia primeiro de maio enquanto o seu pretê provavelmente está dormindo tranquilamente.

* Tem medo de ter filhos e não conseguir cuidar do trabalho e do filho ao mesmo tempo, mas sabe que um dia o filho vai ser muito mais importante que o trabalho. E a vida vai ser muito boa.

* Vai trabalhar já com modelo para a dupla jornada quando vai sair de noite. Isso faz com que em muitos escritórios garotas usem cintos de tacha meio punks e coturnos por baixo dos jeans.

* Baixam músicas da Internet enquanto trabalham. Normalmente músicas de amor. E podem passar o dia todo trabalhando e pensando em um pretê ao mesmo tempo.

* Transformam as suas colegas de trabalho em irmãs (nem todas, mas algumas). E contam para elas tudo da sua vida. Quando uma fica triste, a outra chama para tomar um café.

* Têm olheiras. Muita olheira. E quase nunca usam corretivo na hora de trabalhar. Preferem os óculos escuros.

* Falam no celular quando o assunto é amigos ou pretês. Mandam muitos e-mails o dia todo para tentar sair da bolha onde moram.

* E trabalham, depois saem, e depois dormem e trabalham de novo. Muitas vezes dormem sozinhas e sonham com o trabalho. Aproveitam bem a presença de um cara em suas camas e pedem um abraço, para não ter que pensar em trabalho...

por SMM

Encontros e dissidências

Depois de eras sem ir ao cinema, a moça vai assistir a um filme romântico água-com-acúcar. Entre arranha-céus norte-americanos e parques de ar outonal, ela acompanha a história, cujo mote se pretende de realismo fantástico. Mais real e palpável, porém, é a ação e reação dos personagens, tão comum, tão diária, tão intensa. Ele ou ela poderiam ser qualquer um de nós; qualquer um de nós (ou quase) quereria ter um amor como esse.
Mas ela discorda do final: diante das circunstâncias, dos encontros e desencontros, um desfecho triste faria mais sentido. É verdade. A respiração se alivia com as cenas finais. Porém, a lógica do filme só se justificaria na tragédia. Com ela, seria história forte, bem construída. Sem ela, drama inverossímil.

Dane-se a coerência, ela sabe. Estamos falando de amores e de um filme de final de tarde. Mas fica a curiosidade: é o remake de um filme coreano. E, como remake comercial de história não-americana, devem ter mudado o final. Vai atrás da sinopse do filme original. Lá a tragédia deve se manter e justificar a história, ela pensa. Lê o roteiro do primeiro filme. Várias passagens mudadas ou sumidas na segunda versão. Mas nesta também a tragédia não se mantém. O que muda são os detalhes do durante que, agora sim, sustentam uma conclusão feliz. Ela gosta. Está provado que a felicidade, ela também, pode ter substância.

por SMM

quarta-feira, agosto 30, 2006

Ainda a lua nova

Já que o assunto é esse... divulgando a face brilhante:

www.luanova.org.br

Um trabalho pra lá de bacana com mamães que estão para ter seus filhos e lá encontram várias formas e motivos para prosseguir o infinito ciclo.
Uma dica para quem quiser colaborar (e babar), além de todo o conteúdo do site, é o link "criando arte": lembrança feliz para colocar em cima da cama ou do sofá, e apertar de vez em quando. :)

E para rir no dia de hoje (ou não...) vai também o link de texto ótimo da amiga : "Tia Fefinha diz". Leiam e aprendam, ragazzas, rs.


por SMM

terça-feira, agosto 29, 2006

Lua Nova

O gato morre pela boca. Os defeitos aparecem, nos surpreendem, nos assaltam a paz. As pedras no caminho resolvem agredir os pés. A saudade aperta, os sonhos cobram nascimento. O grito sobe, sufoca a garganta, exige liberdade.

Ô tempo doido pra mexer com a alma da gente.

por SMM

Diálogo Matinal

- Quer metade do meu Trident?
- Por que? Você não aguenta um inteiro??

Agora me digam.... pq eu escolhi tanto?????

St. Bárbara

segunda-feira, agosto 28, 2006

Fácil e rápido

A gente sempre destrói aquilo que mais ama
Em campo aberto, ou numa emboscada
Alguns com a beleza do carinho,
outros com a dureza da palavra.
Os covardes destroem com um beijo,
os valentes destroem com a espada.

(Oscar Wilde, Balada do Cárcere de Reading)

por Santa Maria Madalena

Quase uma santa

Aqui estou. A terceira margem do rio.
A demora em escrever é por desordem mental, coisa que se abate sobre mim de tempos em tempos.

A questão atual é a busca pela autenticidade, por isso tenho pensado e falado muito sobre o mundo das idéias e o mundo das sombras.
Minha teoria é que São Paulo é o mundo das sombras. Mera representação do ideal existente nas matrizes. Tenho tentado identificar quais são elas, e pelo menos no círculo em que vivo, as pessoas tentam ser pernambucanas e londrinas. Ou seja, indies e cults vivem em busca da originalidade alheia.

Passeio pelas ruas da Vila Madalena e vejo comunistas de piscina em bares que imitam botecos e têm preço de restaurante nobre. Todo mundo se veste igual, pensa igual, quer as mesmas coisas.
O mesmo acontece na rua Augusta, embora tenha que admitir, com menos glamour e mais vivacidade.

Por isso que vou atrás das vanguardas. Não os tribalistas da vida, mas os que impõe questões revolucionárias para o dia a dia. A questão é subverter a ordem pré-estabelecida das coisas.

ass. Flória Emília

quinta-feira, agosto 24, 2006

Marte em Leão

É só pensar em você

Que muda o dia

Minha alegria dá pra ver

Não dá pra esconder

Nem quero pensar se é certo querer

O que vou lhe dizer

Um beijo seu

E eu vou só pensar em você

Se a chuva cai e o sol não sai

Penso em você, vontade de viver mais

Em paz com o mundo e comigo

Se a chuva cai e o sol não sai

Penso em você

Vontade de viver mais

Em paz com o mundo e consigo

(Chico Cezar)

por SMM

quarta-feira, agosto 23, 2006

Mais uma

ótima, tirada desse blog:

O tempo não cura tudo. Aliás, o tempo não cura nada. O tempo apenas tira o incurável do centro das atenções.


por SMM

Outras frases

geniais, dessa vez da escritora Martha Medeiros:

O amor não merece um beijo que não seja, no mínimo, indecente.

Eu gostaria de testar apenas se permaneço capaz para o amor.


por SMM

terça-feira, agosto 22, 2006

Trocando de biquíni sem parar

"Tô fazendo amor com oito pessoas, mas meu coração, vai ser pra sempre teu"...

"O Zé Geraldo, jogado aos teus pés, eu sou mesmo Zé Geraldo"...

"Se o senhoooor, da sacanagiiii..."

Essas e outras pérolas estão aqui... http://virunduns.blogger.com.br

Vale a pena ler integralmente. E vale menção especial por aqui. :)

por SMM

Términos

Algumas coisas, quando acabam, nos deixam meio sem chão.

Outras a gente nem percebe que terminaram. Ainda estavam ali? Puxa.

Algumas acabam e insistem em continuar lá, no meio do caminho. Vai a alma, fica o corpo.

Outras morrem, mas lhes falta a coragem de avisar. A gente é que precisa decretar o fim, sacramentar uma decisão que nem foi nossa. Dão duplo trabalho.

E tem aquelas que a gente faz de tudo pra que não morram. Respiração artificial, massagem cardíaca, choque elétrico, lágrimas, risos, súplicas. Às vezes adianta, às vezes não.

Às vezes é melhor que elas terminem, mesmo que a gente não queira. Às vezes não.

Tem coisas que, só quando acabam, é que a gente vê o baita volume que faziam na vida da gente.

E tem outras que, embora se suponha finitas, nunca terminam. Ficam escondidas, à espreita.
Quando menos esperamos, nos surpreendem. De novo e de novo.
Às vezes, em plena luz do sol. Às vezes, no silêncio do fundo do coração.

por SMM

segunda-feira, agosto 21, 2006

Mulher é bicho estranho...

...sangra por 15 dias e não morre... como confiar??

Quando você da um tempo num relacionamento imagina que a volta vai ser diferente.... que vocês vão mudar um com o outro... e realmente isso é o que mais acontece.
O duro é explicar porquê você quer encontrar problema em voltar e estar tudo lindo como antes....
Mulher é bicho estranho....

St. Bárbara

quarta-feira, agosto 16, 2006

Momento Mofo

Ah, Tuiuiú
Minha estrela hoje não está no céu
Ah, que saudade
Daquele jeitinho de Lua
Que a lua, lua, lua, luava
No céu da terra onde eu nasci
Ah, Tuiuiú
Já volto pra ti

Estrela de cinco pontas
Perdi meu colar de contas
E às vezes me vejo às tontas
Fingindo que não parti
Estrela de cinco pontas
Perdi meu colar de contas
Parti e ficaste às tontas
Mas volto logo pra ti

Dou um Lollo de presente pra quem se lembrar de onde é essa música. :)

Por SMM

A Terceira

Temos recebido alguns questionamentos a respeito da Terceira Santa, que ajuda a dar nome a esse blog. É, a gente também não sabe. Na verdade, ela foi a primeira a realmente dar as caras por aqui - como comprova aquele primeiro post, lá embaixo, antes mesmo do post inaugural. Foi ela que, num impulso glorioso, materializou o desejo das três que vos falam (até agora, virtualmente, duas) e realmente originou tudo. Veio aqui, escolheu domínio, endereço, nome, login, senhas. Depois, nos comunicou da criação já consumada.
Passaram-se os dias, porém, e ninguém aparecia. Andávamos ocupadas com outras rezas. Até que, depois de vários rolos de feno se perdendo na paisagem, surgiu uma brecha e consegui botar a coisa pra funcionar. Minha colega Santa Bárbara veio ao encalço, com sua presença indispensável. Agora, o nome da Terceira Santa é mistério até pra nós. Também aguardamos. Quem sabe um dia ela resolva reafirmar a Trindade com sua presença neste blog. Por enquanto, fica aqui a homenagem e agradecimento pela criação do espaço. E também a pergunta: onde estás, que não respondes? :)

Por Santa Maria Madalena

Pra confirmar antigas teorias....


Sempre esqueço de assinar e tenho q voltar e editar....
St. Bárbara!

Reprise

Três anos atrás, minha vida social bombava. Não porque eu fosse super-hiper-requisitada para baladas, ou figurinha fácil nas colunas da Joyce Pascowitch. Mas porque tinha amigas de fé que iam dormir em casa, que me chamavam pra chopps na última hora, que me ligavam à noite e com quem eu ficava no telefone até de madrugada. Tá, eu ainda tenho essas amigas e conquistei novas. Ainda bem, porque amigas são o que salva a minha vida nessa Paulicéia Desvairada. Mas, parafraseando Renato Russo (adoro paráfrases, vocês já notaram), eu sei que alguma coisa aconteceu, tá tudo assim tão diferente.

Naquele início de 2003, eu e uma amiga vivíamos uma fase mítica. As duas passando por tempestades emocionais, por lendas urbanas, por amores confusos. As duas, cada qual à sua maneira, trocando seus objetos de amor. Eu estava às voltas com uma dessas bênçãos que entram quebrando todos os vidros, nos deixando com a sensação de termos sido atropeladas por um caminhão, e loucas pra ir de vez pra UTI. Não, eu não fui. Botei um soro na veia e segui em frente, com um curativo gigante que ficou colado na minha pele por muito, muito tempo. Curei-me, me recuperei e estou aqui, firme e forte – não sei se sã, mas isso não vem ao caso, rs. Minha amiga, atravessando redemoinho igual, me segurou a mão, foi dormir em casa, me ensinou o novo sotaque que aprendia, me levou pra festa. Em retribuição, dei-lhe de presente estímulo para seus sonhos, um ombro amigo e problemas similares para compartilharmos.
Um dia, munida da coragem das tropeiras do século XVIII, ela arrumou suas trouxas e saiu na calada da noite. Foi atrás do destino que uma manhã de greve de metrô, de táxi pifado e avião decolando lhe mostrara. Eu continuei por aqui, ouvindo de longe os ecos da minha amiga-irmã e idealizando meus próprios sonhos e planos.

Por fim, não posso dizer que os sonhos foram equivocados. O sonho se basta. Se ele virar realidade já será outra coisa, ensaio pálido daquilo que era quando habitava a imaginação. Sonhos são combustível. Se não para o futuro, com certeza para o presente.
Hoje vejo aqueles sonhos com a visão da memória, da recordação. Incrível o que três anos podem fazer na cabeça da gente. Meus amigos que o digam – a vida de quase todos mudou radicalmente nos últimos 36 meses. Hoje eu sei (ou saberei ainda mais?) o que é o vento sul, sei o que são as paisagens que antes habitavam apenas minha imaginação. Posso até arriscar o que teria ou não dado certo, apesar de saber que minhas projeções não passam de palpite. Mas sei, principalmente, que vivi momentos mágicos. Roubei um pouco do heroísmo da ficção para pintar histórias na minha alma, como criança que brinca.

Olhando pra trás, vejo que a pintura ficou bonita. E que é bom tirá-la da gaveta pra apreciar e aprender, mais uma vez, que algumas bênçãos vêm assim como o vento – de repente, nos arrebatando, desarrumando o cabelo. É bom sentir o frescor no rosto de novo, mesmo que seja, ainda, com uma promessa de novas estações.

Para terminar esse post meio nonsense, deixo aqui a frase de uma escritora gaúcha tri-boa, que outra amiga também fantástica me apresentou recentemente: “Acho que saudade a gente tem é dos pedaços da gente mesma, que vão ficando no caminho”.


Por SMM

terça-feira, agosto 15, 2006

Em dia de greve de metrô

Lembro Lya Luft, citando Erico Verissimo: "Em certos momentos o que nos salva nem é o amor, é o humor".

Pois é. Haja humor.


Por SMM

segunda-feira, agosto 14, 2006

A frase

Da Lili, esta tarde:

"É mais fácil você arrumar um estrangeiro que mude pra cá por você, do que um brasileiro que se disponha até mesmo a pegar um ônibus".

Si non è vero... è bene trovato. ;)

Por S.M.M.

The Power of Loosers


Só pra dar uma descontraída... esse blog anda muito sério. :)

Por Santa ... é, eu mesma

Nessa época do ano, quando o frio vem chegando...

Parafraseando a canção dos Paralamas, lembro-me de que nessa época do ano, quando o calor (normalmente) vem chegando, me vem também um banzo de anos idos - quando o solzinho começava a aparecer, tímido, pós-vento frio de junho/julho. Quando adolescente, sempre gostei do inverno. Morando no interior, inverno era sinônimo de tirar do armário aquele casaco pesado, os agasalhos de lã e dar aquela desfilada básica pela escola, ostentando os modelitos. Com sorte, tínhamos também quentão, vinho quente e uns programinhas invernais cheios de promessas, para logo ou para longe. Trago boas lembranças dos meus invernos adolescentes, apesar das temperaturas nem sempre amigáveis - pois o interior paulista também saber ser beeeeem frio quando quer.
Apesar disso, depois dos fantásticos vinte dias de gelo anuais, vinha de novo o sol e aquele arzinho de final de ano se aproximando. Com sorte, uns passeios ao ar livre e as voltinhas de bicicleta no final de tarde – uma tarde iluminada que invadia a noite. Eram oito horas e o sol ainda lá, com preguiça de se despedir.

Naquela época o efeito estufa e as promessas de desgraças climáticas não assustavam tanto também. Uma lembrança é infalível - o cheiro dos finais de tarde e das manhãs desses meses de transição. Sim, as tardes e manhãs tinham perfume característico. Era um cheiro que ficava no ar da cidade inteira, um cheiro de sol se abrindo no estio. Pode existir isso? Nas minhas tardes adolescentes, sim.
Depois vim para São Paulo e, naquele meado da década de 1990, comecei a brigar com o frio. Aqui o inverno era maior do que vinte dias, o vento gelado cortava mais. Minha pele se ressentia e meus pulmões reclamavam da temperatura que não era tão de brincadeira. E eu passei a não ter mais tanta simpatia pela estação. E a gostar ainda mais dos ventos de agosto, que traziam o solzinho tímido e aquele cheiro tão característico – sim, eu ainda o sentia nos finais de tarde do meu apartamento, lembrando lugares anteriores.

Hoje em dia, não encontro mais aquele inverno gélido de dez anos atrás, dos meus primeiros anos de volta à Paulicéia. O tempo enlouqueceu, como todos sabemos. De vez em quando aparece uma frente fria que deixa todo mundo gripado para, dias depois, ceder lugar a um calor senegalês em pleno julho. Mas eu, sem sentir cheiros há umas duas semanas mais ou menos, sei que aquele perfume das minhas lembranças está no ar, ainda. Sei que, quando essa gripe passar, ele virá me saudar o segundo semestre, que já está quase se adiantando no calor.

Por Santa Maria Madalena

sexta-feira, agosto 11, 2006

Desabafo

Não aguento mais ficar menstruada... precisava dizer isso....

Quero matar meu chefe-mor... será um surto de pós-menstruação?????????


ST. Bárbara

7 Cabeças

Não dá pé, não tem pé nem cabeça
não tem ninguém que mereça
não tem coração que esqueça
não tem jeito mesmo
não tem dó no peito
não tem nem talvez ter feito
o que você me fez, desapareça
cresça e desapareça

Não tem dó no peito
não tem jeito
não tem ninguém que mereça
não tem coração que esqueça
não tem pé, não tem cabeça
não dá pé, não é direito
não foi nada, eu não fiz nada disso
e você fez um bicho de sete cabeças

Não dá pé, não tem pé nem cabeça
não tem ninguém que mereça
não tem coração que esqueça
não tem jeito mesmo
não tem dó no peito
não tem nem talvez ter feito
o que você me fez, desapareça
cresça e desapareça
bicho de sete cabeças,
bicho de sete cabeças

(Zé Ramalho, Geraldo Azevedo e Renato Rocha)

Por Santa Maria Madalena

Ele simplesmente é palhaço

Há alguns meses descobri o HTP - Homem é tudo palhaço. Me diverti horrores lendo as histórias na época. Mas de uns tempos pra cá cheguei à conclusão que nem sempre o homem é o palhaço da história.... muitas vezes nós somos palhaças... simplesmente por andar com palhaços por aí....
Por que eu comecei a falar isso? Bem, eu não sei, porque ia mesmo contar sobre um palhaço... amigo do peito, irmão, camarada, mas acima de tudo um palhaço de primeira quando quer.
Entendo que talvez o cara "Simplesmente não está a fim de você", mas não entendo falta de respeito e educação.
Enfim... o irmão camarada reclamava de uma garota com quem ele andava saindo, já umas duas vezes, dizendo que ela era meio grudenta. Por isso ele não estava falando com ela no msn.... tava inclusive testando ficar offline pra poder "fugir" dela. Eu perguntei, ingênua: Mas por que você simplesmente não diz a ela "– Olha, eu não to mais afim..."
Ele, horrorizado, disse que não poderia dizer isso a ela, afinal ele poderia perder sua amizade!!!

Primeiro... porque diabos ele queria a amizade dela??? Agora, depois de ja ter beijado e saido e outras coisas??? Segundo.... CLARO que eles não seriam amigos... Se ele fugisse ou se dissesse a verdade.

Pois é, homens não entendem raciocínios simples.... Pra eles nós é que complicamos.
Explico: Pra ele é muito fácil, eles saíram duas vezes, foi bacaninha, ela é legal, mas só... grudou, enjoou. Então ele deixa de atendê-la. Foge.
E foge porque ele "não lhe deve satisfações".
Poxa... precisa ser namorada pra receber um fora??? Que coisa... inventa qualquer desculpa: To muito ocupado, to de saco-cheio, to voltando pra minha ex, to com frescura, vou viajar pra Bangladesh, virei viado, mas Poxa... dá UMA satisfação.

E vale lembrar também que, sendo "rejeitada" por ele via msn, ela deveria ter um pouco mais de feeling e sacar que o cara não tá afim e pronto.... que mania também de querer fazer com que o cara esteja obrigatoriamente a fim só porque vocês saíram....

Em todo caso, não sei porque postei isso se defendi e malhei os dois lados da coisa...


Por Santa Bárbara....

Verdades idiotas e simples

... que insistimos em ignorar.

- Quando duas pessoas QUEREM ficar juntas, elas ficam. Não importa se uma não fala a língua da outra, se elas têm agendas muito cheias, se as famílias se odeiam ou se uma delas mora na China e outra no Casaquistão.

- A poluição deixa o ar muito abafado. E o único jeito de melhorar isso é quando chove. Mesmo que tudo fique inundado.

- Paulistas e cariocas dificilmente gostarão do sotaque um do outro. O mesmo vale para as variações de pizzas.

- Não adianta sair meia hora mais tarde de casa e querer chegar no trabalho no horário.

- Principalmente se for sexta-feira.

- Principalmente se você morar perto de Congonhas.

- Principalmente na véspera do Dia dos Pais (não por causa do trânsito, mas por causa da ausência de ônibus devido ao efeito PCC).

- Agora, tudo é culpa do PCC.

- Não existem verdades absolutas.

- Não dá pra assistir televisão no sábado à noite.

- Muito menos no domingo à tarde.

- O Manoel Carlos não tem criatividade.

- Ficar gripada no calor é um saco.

- No frio não é muito melhor.

- Sempre vai ter algum tio pra falar no final do almoço em família: "a sobremesa é pavê ou pá comê?"

- Mulheres falam muito. Geralmente.

- Homens falam menos. Geralmente.

- 80% dos problemas da humanidade se resolveriam se as pessoas conversassem mais.

- 90% se tivessem mais auto-estima.

- 60% se elas falassem a verdade com mais freqüência.

- 40% se elas mentissem com mais classe.

- Máxima roubada da Paulinha: você pode dizer qualquer coisa pra qualquer pessoa. Basta encontrar a maneira e o momento certo de dizê-lo.

- Sempre que não tenho muito que dizer, recorro a listas.


Por Santa Maria Madalena

quinta-feira, agosto 10, 2006

Apresentação


Finalmente dei as caras por aqui....
É... até que é bonitinho aqui.... não ta como planejamos ainda... mas da pra hospedar nossos devaneios diários...

Não... eu não me chamo Bárbara. Assim como também não existe uma Maria Madalena real.... não seríamos tão óbvias....

Pelo sincretismo da Umbanda/Camdomblé, Santa Bárbara é Iansã. Ela não é minha santa de cabeça... mas me rege, logo.... (segundo o pai-de-santo-mais-confiável-do-mundo, mesmo sendo filha de Oxóssi, tendo Iansã na cabeça ela pode "tomar" o lugar dele caso eu fizesse "a cabeça na Umbanda ou Camdomblé".... é... ela é da pá-virada, tão entendendo o porquê da escolha???)

É isso... por hoje é só pessoal... amanhã tem mais...
Oremos.

Oração a Santa Bárbara

Santa Bárbara, que sois mais forte que as torres das
fortalezas e a violência dos furacões, fazei que os raios
não me atinjam, os trovões não me assustem e o troar
dos canhões não me abalem a coragem e a bravura.
Ficai sempre ao meu lado para que possa enfrentar
de fronte erguida e rosto sereno todas as tempestades
e batalhas de minha vida, para que, vencedor de todas
as lutas, com a consciência do dever cumprido, possa
agradecer a vós, minha protetora, e render graças a
Deus, criador do céu, da terra e da natureza: este Deus
que tem poder de dominar a furor das tempestades e
abrandar a crueldade das guerras.
Santa Bárbara, rogai por nós.

por Santa Bárbara

Estréia


Bom, já que minhas colegas santas andam bem ocupadas – com razão, diga-se – vou tomar para mim a tarefa de inaugurar formalmente este blog. Pronto: tá inaugurado. Eu, única da tríade a não ter blog próprio, tomo esse como meu por enquanto, até ter a companhia das minhas ilustres colegas de altar.
Escrevo diretamente dessa panela de pressão que tem sido São Paulo. Panela de pressão por causa do clima, do tempo, dos ânimos. Falo por mim: na terceira semana de gripe consecutiva, não ando me agüentando. Muita expectativa, muita saudade, muita inquietação. Aos poucos, vou despejando aqui as impressões desse meio-ciclo regado a uma linda lua de Esbah. Por hora, deixo um poeminha de boas-vindas pra nós. E conjuro: Santas, companheiras minhas, se cá estão, apareçam!

Aviso da lua que menstrua
Elisa Lucinda

Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com essa gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas, parece erva, parece hera.
Cuidado com essa gente que gera.
Essa gente que metamorfoseia. Metade legível, metade sereia.
Barriga cresce, explode humanidades
e ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar.
Mas, é outro lugar: aí é que está.
Cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita...
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
que vai cair na mesma panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro
Transforma fato em elemento. A tudo refoga, ferve e frita.
Inda sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou,
é que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga, é que estou falando na vera.
Conheço cada uma, além de ser uma delas...
Você que saiu da fresta dela.
Delicada força, quando voltar a ela: Não vá sem ser convidado!
Ou sem os devidos cortejos... às vezes pela ponte de um beijo,
E já se alcança a cidade secreta. Atlântida perdida.
Outras vezes, várias medidas e mais se afasta delas.
Cuidado moço, por você ter uma cobra entre as pernas,
Cai na contradição de ser displicente diante da própria serpente.
Ela é uma cobra de avental.
Não menospreze a meditação doméstica
É da poeira do cotidiano que se extraem filosofias.
Costurando, cozinhando. E você chega com a mão no bolso,
Julgando a arte do almoço... Eca!
Você, que nem sabe onde está sua cueca!
Ah! Meu cão desejado,
Tão preocupado em rosnar, ladrar, latir...
Mas esquece de saber morder devagar.
Esquece de saber curtir, dividir.
E, aí, se quer agredir, chama de vaca e galinha.
São duas dignas vizinhas do mundo daqui
O que é que você pode falar da vaca?
O que você tem eu vou dizer e não se queixe:
VACA é sua mãe. De leite.
Vaca e Galinha... ora, não ofende.
Elogia, enaltece.
Comparando galinha com rainha.
Óvulo, ovo e leite.
Pensando que está xingando
Que está falando palavrão imundo...
Tá não homem.
Tá citando o início do mundo!

Por Santa Maria Madalena