domingo, setembro 24, 2006

A lua vai estar cheia, e no mesmo lugar

São 2h da manhã e eu deveria estar na cama. Dormindo. Amanhã acordo cedo para afivelar malas e, algum tempo depois, enfrentar 11 horas de vôo para terras desconhecidas. Vou fazer meu périplo pelo Oceano Atlântico.
É difícil segurar a ansiedade. Só vou perceber de fato o que está acontecendo quando chegar lá, creio eu. Ou quando começar a vislumbrar as primeiras paisagens de além-mar, ainda a tantos mil pés de altitude. Será que ficarei emocionada como na primeira vez em que voei de avião, quando vi as ruas de BH pequeninas, num cenário dourado de pôr-do-sol? Ou será que sentirei um nó no estômago de surpresa, como quando entrei de carro no Rio de Janeiro e vi o vulto enorme do Cristo do outro lado da ponte, solto no ar, no escuro da noite?
Depois de amanhã, quando o avião baixar das nuvens em antiquíssimo e novo solo, saberei. Saberei como é viver um tempo paralelo durante um mês. Estarei entregue a novas sensações, pessoas, sons e gostos. Sem lastro conhecido, explorando novos laços.
Será que, quando voltar, terá mudado muita coisa por aqui? Quem será o novo (ou velho) governante da nação? Será que minha casa, entregue à fúria desordeira de dois homens queridos, estará reconhecível? Será que a descarga do banheiro das mulheres, no meu trabalho, continuará desregulada? Que voltas o mundo poderá dar em um mês?

E minha alma, que voltas dará? Que mundo conhecerei, que saudades trarei?

Em breve, respostas. Ou mais perguntas. Melhores e mais interessantes, espero. Por enquanto, só saudade e carinho. Já, por todos. Arrivederci, bambini.

"Quando chegares ao fim do que deverias saber, estarás no princípio do que deverias sentir".
(Gibran Kalil Gibran)

SMM