quinta-feira, agosto 31, 2006

Encontros e dissidências

Depois de eras sem ir ao cinema, a moça vai assistir a um filme romântico água-com-acúcar. Entre arranha-céus norte-americanos e parques de ar outonal, ela acompanha a história, cujo mote se pretende de realismo fantástico. Mais real e palpável, porém, é a ação e reação dos personagens, tão comum, tão diária, tão intensa. Ele ou ela poderiam ser qualquer um de nós; qualquer um de nós (ou quase) quereria ter um amor como esse.
Mas ela discorda do final: diante das circunstâncias, dos encontros e desencontros, um desfecho triste faria mais sentido. É verdade. A respiração se alivia com as cenas finais. Porém, a lógica do filme só se justificaria na tragédia. Com ela, seria história forte, bem construída. Sem ela, drama inverossímil.

Dane-se a coerência, ela sabe. Estamos falando de amores e de um filme de final de tarde. Mas fica a curiosidade: é o remake de um filme coreano. E, como remake comercial de história não-americana, devem ter mudado o final. Vai atrás da sinopse do filme original. Lá a tragédia deve se manter e justificar a história, ela pensa. Lê o roteiro do primeiro filme. Várias passagens mudadas ou sumidas na segunda versão. Mas nesta também a tragédia não se mantém. O que muda são os detalhes do durante que, agora sim, sustentam uma conclusão feliz. Ela gosta. Está provado que a felicidade, ela também, pode ter substância.

por SMM

1 augúrios:

Blogger Mônica said...

A trilha sonora deste filme é linda demais, não?! Adorei!

11:58 AM  

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